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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Amigo do Lápis recebe título de Doutor Honoris Causa

Reproduzo na íntegra o conteúdo do email que recebi do Fernando Parracho, que trata da entrevista do Waltel.
Tive a oportunidade de conhecer o Waltel, quando do lançamento deste blog sobre o Lápis, no Teatro Guaíra.
Bia Lanza


Waltel Branco recebeu nesta quarta-feira o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Paraná, em reconhecimento por seu trabalho como músico, compositor e arranjador de grande talento.

Waltel estava tocando numa casa de jazz em Nova York. No fim do show, um senhor foi até ele e lhe perguntou se aceitaria voltar para o Brasil. O empresário estava montando uma televisão no Rio de Janeiro e precisava de um músico de talento para fazer arranjos, compor trilhas sonoras e coordenar a contratação de outros músicos. Waltel não sabia direito quem era o tal senhor, mas topou a proposta na hora. O empresário era Roberto Marinho. O ano 1963.

Esta é apenas uma das muitas histórias de vida desse músico paranaense, nascido em Paranaguá, em 1929. E que fez carreira em Cuba e nos Estados Unidos, onde tocou com Quincy Jones, Nat King Cole, Dizzy Gillespie e outros nomes lendários da música americana. Também foi parceiro e fez parte da equipe de Henry Mancini, o criador da célebre trilha sonora do seriado de tevê "A Pantera cor de rosa". E ainda viveu na Índia, onde estudou e ensinou música.

No Brasil, trabalhou com João Gilberto, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Nana Caymmi e Caetano Veloso, entre tantos músicos com quem conviveu de perto. Na TV Globo, fez arranjos e trilhas para várias novelas. Amigo de Janete Clair, ele conta que frequentava a casa da autora de novelas, casada com o escritor Dias Gomes. Ficava lá tocando enquanto Janete escrevia os capítulos de suas novelas. Waltel ri, ao lembrar que Dias sentia um certo ciúme dele, pela amizade que mantinha com Janete. Waltel diz que, apesar da carreira bem sucedida no exterior, é pouco conhecido no Paraná. Bem humorado, aos 82 anos, brinca dizendo que no dia 19 de julho, vai virar "doutor", ao receber o título de doutor honoris causa, da Universidade Federal do Paraná. Hoje está aposentado, mas não parado. Continua tocando seu violão, mas prefere os temas ligados à música indiana. Ainda se apresenta em público, acompanhado pelo percussionista Kito Pereira, na tabla indiana.

Não é fácil entrevistar Waltel Branco. Ele tem uma história muito rica, colorida, curiosa. Às vezes, divaga, confunde nomes e mistura as composições. O que não chega a ofuscar o talento desse gênio musical que é ali, de Paranaguá. Atualmente só toca música indiana. É o que a gente podia chamar de um "violão hindu". Waltel pratica ioga desde garoto até hoje. E, por curioso que possa parecer, é primo de Paulo Leminski e do cantor e compositor Lápis!

Nesta terça, o Passado e Presente apresenta Waltel Branco, às 21h30.

No canal 11 da Net Curitiba. Ou em tempo real, pelo site:


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